O arado dos séculos não havia de poupar lugares. Naquele que hoje é espaço de lazer já se ergueram os tabuados das casas de mercantes e pescadores, os muros de defesa e as muralhas de um forte. Teve nome de associação benemérita, de rei assassinado e de revolucionário republicano. Foi praça de armas, largo, campo de futebol, parque de estacionamento e tanto mais. O recinto que chega aos nossos dias é o mesmo, uma só existência multifacetada, feita das improbabilidades que dão vida a cada uma das pedras e recantos desta cidade.
No lugar onde ecoavam os baques de remate em jogos do Marítimo viu-se também o trajar negro de um mercado improvisado em feições de excêntrica tradição. Uma vez por ano, a feira de Natal com repique electrónico de uma outra volta na diversão da moda – acolhida na agilidade de uma proporção insuflada a cada novo propósito. Lugar de chegadas e partidas, de passagens apressadas e de atrasos inúteis, o campo é hoje jardim de demoras, lugar de rendições ao quebrar das ondas, ancoradouro de linhas que nos conduzem ao alto, onde outro Funchal nos sussurra.